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Red Tales

(...) cá estou eu, por aqui, a fingir que sou eu que por aqui estou (...)

Red Tales

>> Cuidemos de Todos Cuidando de Nós <<

 

Alguns dos textos aqui contidos são de cariz sexual e só devem ser lidos por maiores de 18 anos e por quem tiver uma mente aberta. Se sentir algum tipo de desconforto com isso ou se não tiver os 18 anos ou mais, por favor SAIA agora.

...

Setembro 19, 2012

as sombras vermelhas


da tua dor


repousam caladas


sobre a carne


de um corpo doente


e a imobilidade do vento


não chega para afastá-la


 


as cidades são muito cinzentas


sempre


que uma ave


me morre nas mãos


 


não estou a perceber o que escrevo,


mas gosto

...

Abril 05, 2012

um plano inclinado sensações sabores ajoelhados
sinusóides de emoções hipérboles excessos abusos
ângulos a tender para o infinito e teoremas obtusos
movimentos de corpos fricções e sonhos mareados

ondas opostos de costas elipses poemas de mel
curvas sórdidas rectas obscenas delírios medidos
altiva dependência do desejo delíquio dos sentidos
a inércia que se segue um mas tem que ser camel

funções três dimensões eixos gráficos hipnóticos
de regresso aos limites axiomas doces derivadas
integrar as mãos os lábios e os olhos neuróticos

a correlação o comprimento palavras e coordenadas
um sorriso e os valores esperados nos deltas eróticos
o inverso e o simétrico também verdades imaculadas.

 


10-3-2003


os músculos de um mar que já foi gente

Março 23, 2012

de carne morta, como se um fantasma vermelho lhe existisse,
a musicalidade obscena de uma mentira virou-me o corpo do avesso.
o sangue pinta-me a pele de tortura e um espectro de chumbo,
verde e nevoento, grotesco como a nudez da morte numa gaveta,
com a força esfíngica de uma tempestade intemporal,
precipita-se sobre a certeza dos meus ombros,
esmagando-me os ossos como se de água fossem.

olho para cima, vejo apenas os músculos de um mar que já foi gente.
gostava de poder falar-lhe ao ouvido,
de lhe contar as aventuras de um pássaro que aprendeu a voar sozinho,
gostava de o abraçar e sintetizar-lhe na pele a fisionomia de uma recordação,
mas o sangue negro que o envolve escapa-se-me entre os braços e o medo,
o assobio de um ramo vestido de sombras
impede que a chama dos ventos cá dentro lhe segredem: calor.

não gosto de começar um verso com a palavra não, mas
não há como fugir ao som desafinado de um não
se entoado pelo vazio no vazio da memória. serás capaz de o entender?
a fuga das marés para a noite arrasta com ela todos os bichos,
mas o regresso das andorinhas ao alvoroço madrugador,
acorda de novo o tridente que tenho cravado nas pernas,
amarra-me ao pesadelo do silêncio e dos contos por acabar.

 

 

 

 

 

original

 

 

 

 

...

Março 16, 2012

ser em breve o segredo do pólen
na tua língua – a novidade do rio
o sabor imenso – ser a tua lágrima
a serenata de espuma combustível
no teu ventre relâmpago virgem
ser-te o espaço e o espaço seres tu
e a fantasia de sermos um só violino
na mão de um anjo sermos os lírios
e a voz do vento na seara dos dias
os carrascos implacáveis da insónia
da sombra e dos cavalos vermelhos
destilar tinta branca e beber os espinhos
com dedos de sol esticados a desenhar
longos os momentos longos do mar
na pele – os lábios – e para sempre nós
e nenhum tempo para sermos breves



 

original

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